Sérgio Rodrigues

Designer de móveis, arquiteto.

Em 1947, Sergio Rodrigues ingressou na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (FNA atual FAU-UFRJ), no Rio de Janeiro. Em 1949, trabalhou como professor assistente de David Xavier de Azambuja, que em 1951 o convidou a participar do projeto do Centro Cívico de Curitiba, junto com os arquitetos Olavo Redig de Campos e Flávio Regis do Nascimento, através dos quais conheceu Lucio Costa (1902-1998). Rodrigues formou-se em arquitetura em 1951. Mudou-se para Curitiba, onde fundou a Móveis Artesanal Paranaense, em parceria com os irmãos Hauner. Em 1954, foi contratado para liderar o setor de arquitetura de interiores da nova empresa deles, a Forma S.A., em São Paulo. Durante esse período, Sergio entrou em contato com vários designers europeus e conheceu Gregori Warchavchik (1896-1972) e Lina Bo Bardi (1914-1992).

Em 1955, pediu demissão da Forma e voltou ao Rio de Janeiro. Foi então que materializou a ideia de criar um espaço para a produção e comercialização do design brasileiro, com a abertura da Oca, também em 1955. Na década de 1950, criou as famosas poltronas Mole, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Entre 1959 e 1960, realizou os primeiros estudos do Sistema SR2, voltado para a industrialização de elementos modulados pré-fabricados em madeira para a construção de habitação. Os protótipos foram expostos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Esse sistema foi utilizado na construção do Iate Clube de Brasília e nos pavilhões de hospedagem e restaurante da Universidade de Brasília (UnB) em 1962.

Com uma variação da poltrona Mole, Sergio Rodrigues recebeu o primeiro prêmio no Concorso Internazionale Del Mobile em 1961, realizado em Cantù, na Itália, entre mais de 400 convidados de 35 países. Esse prêmio projetou sua carreira internacionalmente. A poltrona foi produzida na Itália pela ISA e exportada para vários países com o nome de Sheriff.

Com o objetivo de vender móveis de produção em série a preços acessíveis, fundou em 1963 a empresa Meia-Pataca, que operou até 1968. Nesse ano, vendeu a Oca e montou um estúdio no Rio de Janeiro, onde trabalhou com arquitetura de interiores para residências, escritórios e hotéis, e também realizou projetos para o Banco Central em Brasília e a sede da Editora Bloch no Rio. Além disso, desenvolveu várias linhas de móveis para produção industrial. Participou da exposição Brazilian Furniture – Premises and Reality, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).

Em 1987, recebeu o Prêmio Lapiz de Plata na Bienal de Arquitetura de Buenos Aires por sua obra. Participou, ao lado de Lucio Costa e Zanine Caldas (1918-2001), da Mostra Brasile 93 – La Costruzione de una Identità Culturale, em Brescia, Itália. Em 1991, apresentou diversos trabalhos desde a década de 1950 na exposição Falando de Cadeira, no MAM/RJ, onde exibiu, entre outras, a poltrona Says.

Fonte: SERGIO Rodrigues. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa230381/sergio-rodrigues. Acesso em: 25 de outubro de 2022. Entrada de enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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